Passeio na Foz do rio São Francisco

Quando procurei informações sobre os passeios na Foz do rio São Francisco, encontrei poucos relatos, mas todos ressaltavam a beleza do rio e das cidades que ficam na região. As fotos eram sempre muito bonitas. (Vale dar uma olhada no post da Silvia no blog Matraqueando.)

A água é transparente

Os elogios eram tantos, que decidimos passar algumas noites em Piaçabuçu, cidade mais próxima da Foz. Na recepeção da Pousada, nos recomendaram entrar em contato com a Farol da Foz para agendar nosso passeio. Uma das formas de chegar até a Foz, é de super-buggy: um buggy adaptado para 6 pessoas que tem até um “segundo andar” com vista panorâmica. Infelizmente, seria preciso agendar com mais antecedência pois ele já estava lotado! Fomos de barco, e mesmo com um “tiquinho” de frustração, achei simplesmente maravilhoso!

Levamos água, refrigerante e bolachinhas em um isopor que o pessoal do Farol da Foz providenciou.

Deste lado do rio, fica o estado de Alagoas

Do outro, fica o Sergipe

O passeio até  pertinho do encontro do rio com o mar, leva cerca de meia hora e custa R$ 35,00 por pessoa (as crianças não pagam). O banho da água doce do rio é uma delícia (não dá para entrar no mar porque ele é muito brabo), as crianças também se divertiram nas pequenas lagoinhas que se formam quando a maré está baixa.

Na volta, claro que a Luiza aproveitou para tirar uma soneca. Almoçamos em um restaurante que fica, no lugar onde pegamos o barco, praticamente em cima do rio, onde batia uma brisa fresca maravilhosa.

Visual do restaurante na margem do rio São Francisco, em Piaçabuçu

Também é possível fazer o passeio de escuna e não é necessário se hospedar na região. Muita gente fica em Maceió ou Aracajú e faz uma day trip (viagem de um dia) para conhecer a Foz.

Outras opcões de passeio na região são as dunas douradas e o Canion do Xingó.

Veja também o post sobre o Rio são Francisco.

Cânion do Xingó

O Cânion do Xingó é lindíssimo e fica em Canindé do São Francisco, no Sergipe, a 200 km de Aracajú. É um daqueles lugares no mundo onde a natureza parece tão grandiosa que nos deixa quase sem ar. Este cânion se formou com a construção da Usina Hidrelétrica de Xingó, por isto é um destino turístico relativamente novo, ainda pouco conhecido e visitado.

O passeio de catamarã dura um pouco mais de uma hora. A paisagem, entre as rochas, fica cada vez mais bonita. As pedras avermelhadas fazem um contraste com o verde do rio São Francisco. De um lado do rio está o estado de Alagoas, e do outro, o Sergipe. No barco cabem quase cem pessoas, mas é tudo muito limpinho (inclusive os banheiros) e confortável. Há um bar/restaurante a bordo, que serve bebidas e alguns petiscos. Apesar de ser um trajeto longo (entre a ida e a volta) as crianças podem se distrair, andando pelo catamarã, se resfrescar em uma ducha externa, olhar a paisagem etc.

Vi algumas pessoas fazendo esportes radicais como rappel e tirolesa nas rochas das margens. Também há algumas trilhas para trekking.

No local destinado para mergulho há uma estrutura montada pela empresa que organiza o passeio, com áreas cobertas, macarrão para o mergulho, água de coco, milho e até alguns souvenirs. Tem até uma mini piscina mais rasa para quem tem não souber nadar. (Claro que o Pedro e a Luiza preferiram ficar pulando direto no rio com todo mundo!)

Quem quiser, pode pegar um barquinho menor para fazer um passeio até um gruta. É opcional e custa R$ 5.

O tempo de estadia é de uma hora. Na volta, está programado um almoço no Restaurante Karrancas. A comida não é grandes coisas mas todo mundo já está morrendo de fome e não tem outra opção, as crianças comeram bem.

Imagem de São Francico na gruta

Por enquanto, acho que esta é a única maneira de fazer o passeio (talvez seja possível alugar  algo menor e particular, que deve ser bem mais caro). Ele é engessado, mas é confortável e bem estruturado. Sem falar que eu achei que é um destino imperdível para quem quer conhecer coisas diferentes no nosso país. Eu recomendo para todas as idades.

Como chegar:

A maneira mais fácil e prática é partir de Aracajú. Ônibus e vans buscam (e devolvem) os passageiros no hotel (a mais conhecida é a Nozestur, nosso guia foi o Vanderlan). Crianças não pagam. Eles costumam sair cedo (7 de manhã). Na hora da pesquisa, vale a pena perguntar preços e horários (ouvi alguns relatos de pessoas que voltaram depois das 20h para casa). A parte mais cansativa é o trajeto até Canindé de São Francisco. No entanto, as mudanças de paisagens do interior do estado, as Caatingas e os poços de petróleo são muito interessantes. A van tem ar condicionado e uma tela com filminhos passando. A Luiza dormiu um pouco e o Pedro se divertiu brincando de contar piadas.

Também é possível partir de Maceió (embora seja ainda mais longe).

Para não ficar tão cansativo e explorar um pouco mais a região (como conhecer a rota do Lampião e da a Maria Bonito ou a cidade de Piranhas em Alagoas), uma possibilidade é passar uma noite no Xingó Parque Hotel

As Melhores Viagens com Crianças – Aracaju

Fiquei com uma ótima impressão de Aracaju. A cidade está muito legal e é super child friendly. Está bem diferente do que era, quando passei por lá há mais de 10 anos. Aracajú tem um clima gostoso, sem aquela zoeira de barulho e trânsito de cidade grande. A Orla de Atalaia foi toda transformada nos últimos anos, é um grande parque com brinquedos para as crianças, pistas para bicicleta, corrida, patinação, skate, etc. Os playgrounds são coloridos e divertidos,  o maior de todos é o Mundo Maravilhoso  das Crianças.

Os sergipanos são simpáticos e a comida é super gostosa. Muita carne de sol, peixes, camarão, caldinho de sururu e caranguejo.  A única coisa que falta mesmo, é o mar verde. Mas fizemos tantos programas legais e ficamos tão bem instalados, que compensou.

ONDE COMER

Na beira mar há muitas opções de restaurantes, quase todos tem o chamado espaço kids, que pode ser uma sala cheia de brinquedos para crianças, pula pula ou playgrounds de todos os tipos, cores e tamanhos. Na passarela do caranguejo fui no Casquinha de Caranguejo e no Cariri, A Luiza e o Pedro brincaram até cansar. No Cariri trouxeram um BER-CI-NHO (!!!) e colocaram do lado da mesa, quando viram que a Luiza estava quase dormindo no meu colo. Cheguei a conclusão que, por lá, quem tem filho, não precisa deixar de sair para tomar uma cervejinha e bater papo com os amigos.

PARA DORMIR

Ficamos hospedados no ARUANÃ ECO PRAIA HOTEL e fiquei super satisfeita. O hotel fica um pouco afastado do centro (não chega a ser 5 minutos, mas para Aracaju, é considerado bastante), mas ele é novo e a estrutura é perfeita para quem está viajando com família. Os quartos são amplos, arejados, a piscina tem uma área para crianças pequenas e tem até brinquedoteka. Achei muito legal o fato de que na beira da piscina há banheiros feminino, masculino e um infantil, com fraldário, mini privadas e mini pias, todos com detalhes bacanas na decoração.

O hotel tem algumas facilidades como transfer diário para alguns locais.

Na frente do hotel fica um restaurante bem bacana, o Sollo. O cardápio é de babar!

Consegui tarifas mais baratas no Booking.com do que direto com o hotel.

A maioria dos hotéis se concentra na orla, perto do Centro de Cultura e Arte e do Oceanário, há diversas opções, grande parte é bastante novo como o Mercure, Radisson Aracaju, e o Aquarios. Eles são bem localizados, mas não são tão charmosos quanto o Aruanã. Outra opção é Hotel Parque dos Coqueiros. Não cheguei a conhece-lo por dentro, mas um taxista me falou que ele está precisando de renovação.

PARA IR A PRAIA

Um pouco mais para frente do hotel fica o Parati, um dos restaurantes/barracas de praias mais famosos. Ele é super estruturado, com decks, chuveiros, banheiros limpos e playground para as crianças. Um pouco depois do Parati, fica o Com Amor Beach Bar que (dizem) é ainda mais apropriado para crianças, mas não cheguei a ir.

PASSEIOS

OCEANÁRIO EM ARACAJU e PROJETO TAMAR EM PIRAMBU

As crianças adoraram o Oceanário. O espaço, do Projeto Tamar, tem diversos aquários fechados, com peixes e araias enormes, e também alguns abertos, com tartarugas e tubarões.

Oceanário
Av. Santos Dumont, s/n – Orla de Atalaia – Bairro Atalaia
Fone: (079) 243-3214 / 223 – 3610
Horário: 3ª a 6ª, das 14 h às 20 h / Sábado, Domingo e feriados, das 12h às 21h

Também fomos no Projeto Tamar, em Pirambu, no litoral norte do Sergipe. Fica a 80km de Aracaju. Esta foi a primeira base do Projeto no Brasil. Lá acontece a desova das tartarugas. Vimos alguns filhotinhos que haviam nascido naquela manhã.

MERCADO MUNICIPAL

Adorei o Mercado Municipal, almoçamos em um restaurante no segundo andar do prédio do artesanato (os outros prédios são de horti-fruti e frios) em um restaurante super simpático e com uma comida muito gostosa, o Caçarola.

Escada que leva para o restaurante Caçarola

Lá, aproveitamos para apresentar a Literatura de Cordel para o Pedro.

CIDADES HISTÓRICAS

Há 30 minutos de Aracaju, fica São Cristovão, uma cidadezinha histórica simpática. A Praça de São Francisco acabou de ganhar o título de Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO. Entramos na igreja e no museu (que tem algumas obras muito bonitas), mas por lá, tudo fecha cedo.

Outro passeio lindo, é ir a Mangue Seco, que fica na divisa entre os estados da Bahia e Sergipe. Lá não circulam carros (é necesário ir de barco), há pouca estrutura, mas é paradisíaco. Cogitamos passar o Ano Novo lá, há duas pousadas que gostei, a Eco Pousada O Forte e a Fantasias do Agreste. Acabamos decidindo ir para o norte porque, tanto eu como o Nuno, já conhecíamos Mangue Seco.

E o passeio mais esperado de todos foi até o Canion do Xingó, mas este vou deixar para o post do Rio São Francisco.